terça-feira, 1 de julho de 2008

Na boca dos comunicadores

Acabo de interromper uma conversa entre dois comunicadores para fazer a seguinte pergunta: o que é o boca-a-boca? O primeiro, graduado em cinema, respondeu que é a indicação de algo que uma pessoa faz a outra. Para a outra pessoa, acadêmica do último semestre de Comunicação Social, o boca-a-boca é a comunicação direta.

Analisando esta tão rápida quanto breve enquete, constatei que ambos têm razão. Acaso perguntasse para outros comunicadores, provavelmente teria uma ainda maior diversidade de respostas, com abordadens diferentes sobre essa clássica forma de comunicação. Contudo, sobre as duas respostas obtidas, já se pode fazer algumas observações.

A primeira, que se referiu à indicação, remete meu pensamento à idéia de que se alguém indica alguma coisa, ela certamente tem motivos para fazê-lo. E que motivos motivariam essa atitude? Ela provavelmente sentiu, viu ou fez algo que gostou. Ou não. Afinal, um boca-a-boca nem sempre é positivo. O boca-a-boca positivo seria, nesta acepção, uma espécie de propaganda. O negativo, por sua vez, seria uma contra-propaganda.

A segunda resposta, sobre comunicação direta, me remete à idéia de uma informação transmitida sem rodeios, na qual uma pessoa fala abertamente sobre o assunto que a marcou, que significou alguma coisa relevante para ela, podendo, também, ser positivo ou negativo. Por direta, nesse caso, entende-se como pontual, objetiva, face to face.

Fazendo esta análise, há de se observar a evolução do Buzz Marketing, que passou, inclusive, por uma mudança de nome (será?) ao longo dos anos. Explico: em 2001, Emanuel Rosen publicou o livro Marketing boca-a-boca, que por sinal eu recomendo. Anos mais tarde, o mesmo autor publica A anatomia do buzz, livro que ainda não li, mas cujo título indica uma estreita relação com o primeiro.

Não sei afirmar se essa diferença ocorreu na fonte ou na tradução, mas, de fato, os termos boca-a-boca e buzz significam a mesma coisa. Todavia, o que não se deve confundir, é o buzz com o Buzz Marketing. Porém, ainda que o Buzz Marketing não seja o boca-a-boca, sem boca-a-boca o Buzz Marketing não é possível.

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